SOBRE ESTE BLOG

Como grãos que, após cada safra, cada produção, são armazenados no celeiro, aqui o espaço para textos; seja em verso, seja em prosa. Espaço que espero venha a tornar-se profícuo na propagação de pensamentos, ideias e emoções. Aqui o celeiro.

sábado, 30 de outubro de 2010

LER O MUNDO

Sem medo da luz no olhar,

sem o espanto do reconhecimento.

Sem medo da ternura,

sem medo da emoção mais forte,

sem as amarras que cerceiam o gesto,

sem o mutismo das palavras indizíveis,

sem a hesitação...

Com a sutileza e o encanto,

Com o fascínio dos seus sentimentos.

Com o olhar que perscruta a alma.

Buscando a forma de entender o pranto,

uma fórmula para estender o riso,

uma vida para ser vivida

sem os meios termos, meias verdades,

sem metades, toda, inteira.

Todas as leituras possíveis:

Ler o mundo palimpsesticamente.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

OUSADIA/ DARING

Deixo a segurança da calçada para ousar,
para buscar emoções no espaço aberto da rua movimentada.
Deixo a rotina para quebrar a monotonia e até mesmo a cara.
Deixo de dizer para mim mesma que isso ou aquilo pode não dar certo.
Corro riscos.
Só não quero correr o risco de chegar ao ocaso da vida
sem nenhuma emoção forte,
mesmo que seja uma dor pungente;
como a vida é sempre dual, pressupõe-se antes o prazer.

I leave the security of the sidewalk to dare,
to look for emotions in the wide space of street in rush hours.
I leave the routine for breaking the monotony and even my face.
I stop to say to myself that anything I do could be failed.
I run the risks.
I just want not to run the risk of arriving at the end of life
without any strong emotion,
even though a poignant pain,
as life anyway is dual, a previous pleasure is guessed.